Hoje, 23 de Março, alguns privilegiados que passavam nessa zona puderam testemunhar uma efeméride histórica até cerca das 12:00h. Certamente achando-se confusos num primeiro momento, puderam depois ter-se impressionado, cedendo ao espanto que deverá ter constituído depararem com uma bandeira monárquica portuguesa. Gigante (6 m x 4m). Em meia-haste (indício de luto nacional).
Cá para mim foi D. Sebastião que voltou: ergueu-se do túmulo, nos Jerónimos, para vir pôr a mão na consciência do seu nobre povo. O que não deixa de querer dizer que se interessa mais pelos 14 anos, hoje a comemorar-se, do “Príncipe da Beira”, que pela mudança na liderança do PSD. “Isto já não vai lá só com a alternância política clássica do pós-25 de Abril”, pensará, “é preciso alterar mais qualquer coisa – a começar pela constituição.” Foi a justa vingança por o Ministério da Cultura de Isabel Pires de Lima não ter permitido, aqui há uns anos, que se abrisse o sarcófago: para que se procedesse, seriamente, ao exame de ADN das ossadas, a fim de confirmar a identidade das ditas. Que tal recuperar a contenda, que Gabriela Canavilhas é tão sensível e competente – nomeadamente criando uma petição na net, até.
Eu soube do acontecimento que está – ou deveria estar, melhor dizendo – na ordem do dia quase por acidente: noticiaram muito fugidiamente nas televisões privadas. Na RTP talvez haja um comprometimento demasiado com o regime – o que, a ser verdade, não é surpresa...
E, porque normalmente tudo o que acontece consta na Internet, quando pesquisava sobre isto deparei-me ora com o vídeo que explicava a iniciativa – fiquei a saber da existência dos Carbonara – Movimento Monárquico para as Massas, originalíssimo! –, ora com uns escritos pessoanos sobre a república, e sobre a própria bandeira. (Já aqui te falei do assunto, logo não se justifica retomá-lo.) Já tinha ouvido qualquer coisa sobre o ressentimento de Pessoa com a 1ª República, pelo que isto serviu de confirmação. Interessante opinião, com o seu algo de actualidade.
Em todo o caso, eis os links:
para o Movimento e o tal vídeo)
http://www.facebook.com/group.php?v=wall&ref=ts&gid=107254729303275
para o testemunho de Fernando Pessoa – cuja autenticidade, aliás, me limito a confiar)
http://esquinas.org/blog/2010/02/01/o-que-pensava-fernando-pessoa-da-republica/