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terça-feira, 27 de abril de 2010

apelação

Cravo de Abril.

Liberdade desejada

Que sopra ao pátrio vento.

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Tormento feito luz, momento teu!

Cravo que seduz; e que se compadeceu

De mim, nesta portuguesa cruz que esqueceu.

Nesta ânsia repetida de reviver o que tanto nos doeu.

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Liberto vieste e refém te tornaste, ó cravo que já tanto amaste.

Liberto vieste; liberto ficaste uma vez mais, porque assim o quiseste.

Ó Cravo: meu vermelho e verde cravo... Oh, que espelhas o meu Portugal!

Se de mim te lembraste sem de mim perguntar, vê pois como ficaste!

Afasta-te dos que te querem renegar, anda: junta-te a mim.

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Ensinas-me a tua trivial luz; ignoras que sou nada?

Partiste a ditadura que minha alma secara;

Feito insuperável que não se esgota...

Flor que minha alma conforta!

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Insurge-te uma vez mais.

Dá voz aos desiguais,

Cravo de Abril.