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sábado, 3 de janeiro de 2009

votos

Muito bem: um ano mais a chegar ao fim. Mas a vida continua - a minha pelo menos sei que sim -, e pelo andar da carruagem só me pergunto mesmo é em que condições. Se 2008 já não se levou tão bem quanto 2007, pior será de esperar de 2009, dizem há já de um tempinho bom para cá... E eu acredito que sim, como passo a justificar.
Eu até nem tenho muito de que me queixar - aliás, considero mesmo que 2008 foi, e não apenas a título pessoal, o ano mais feliz da minha vida -, mas de facto existe uma crise económica de dimensões enormes e cujos efeitos se fazem sentir em todo o mundo. Disso não há dúvida alguma. Agora... eu acredito que a tal crise não se restringe ao domínio económico; acredito que nos deparamos com uma crise civilizacional. Isto porque, sendo quase certo que iremos solucionar esta crise como fizemos com todas as que lhe antecederam, nunca iremos dar solução aos seus responsáveis, isto é, lutar com sucesso contra o seu modo de pensar e de ver o mundo e as coisas do mundo. Trata-se, factualmemte, duma questão de mentalidade - apenas solucionável, creio, se muitas coisas mudarem muito. É fundamental uma atitude de predisposição para cambiar as coisas que, mais que tomada em sociedade, deverá partir da iniciativa de cada um enquanto seu membro inegável que é.
Então e será que não estamos a levar demasiada, (mesmo) cegamente as nossas matrizes civilizacionais básicas - as greco-romanas? É que o que me faz realmente confusão nisto tudo é como é que, apesar de ter experienciado uma evolução a nível da ciência, da técnica e tecnologia, e até a nível do próprio conhecimento, o Homem não foi capaz de ver a sua mentalidade evoluir em igual medida ao longo de todos estes séculos. Se é que se pode mesmo falar em/de medições, porque de facto além de evolução em determinadas áreas terá também havido retrocesso noutras, como são exemplo a questão dos direitos humanos dos emigrantes e refugiados, e a aceitação da orientação sexual "atípica" de muitas pessoas. Já nem aprofundarei o meu parecer (ficará para uma publicação furura, disso não tenho dúvidas) quanto à Religião - sem sobra de dúvida parte fulcral da explicação para compreendermos este ponto em que se encontram hoje as coisas, a meu ver -, que nem tão pouco poderia permitir ver esquecido o (extra)ordinário papel que tem revelado ao longo dos tempos entre nós. Ou por outra, entre muitos dos meus semelhantes (prefiro dizer assim).
Diria que esta crise me ajudou a compreender coisas que talvez não entendesse assim tão bem como pensava... a vê-las com outros olhos. Pelo menos. Até porque me fez alcançar uma verdade quiçá demasiado simples e evidente: que eu sempre vivi em crise. É esta uma estranha sensação que me perturba, pensar que o Homem pode estar condenado à extinção pelas suas próprias mãos. E se não resolvermos a maior crise de todas?
Faço votos que todos os familiares e amigos tenham um ano novo bom, mas sei que há partida é difícil. Não estamos preparados - e não falo por mim de certeza - para ter um presidente dos EUA negro; Obama sabe melhor que eu que corre risco de vida. Pergunto-me então se não estará a Al-Quaeda a vencer a guerra do Afeganistão, travada pelos estado-unidenses - pelo mundo ocidental em massa, melhor dizendo - contra o terrorismo, o fundamentalismo religioso (islâmico, no caso); contra todos os valores morais, éticos, deontológicos que encerra e difunde, enfim. E é que ninguém me tira da cabeça a ideia de que, mais dia menos dia, os árabes estão a invadir a nossa Península Ibérica para a a reconquistarem e libertarem dos cristãos infiéis e impuros. A ideia, apesar de horrível e de me assustar bastante, teria talvez como lado postitivo proporcionar ao Presidente da República um motivo verdadeiramente merecedor de séria comunicação ao país...
Faço também votos para que em 2009 votemos de facto nas eleições que se vão realizar, pois nunca como agora - expressão mais que batida, mas que, vá-se lá saber porquê, nunca deixa de fazer sentido -, acredito, foi tão importante que nos fizéssemos ouvir. Quem sabe seja desta que fazemos da democracia e do regime uma verdadeira re(s)pública. Além disso, talvez nunca como agora tenha havido tanta gente a pensar como eu - que muito há para mudar, começando pela mentalidade. Estou perigosamente maravilhado, estou... expectante quanto a 2009! E que a esperança também comemore passagem de ano...

social

Há por aí muita gente com blog pessoal que tem a mania. Boa gente ou não, não é isso que está em causa aqui. Deveras me surpreendo com as coisas que leio em todo o lado, por qualquer gente proferidas! Limito-me apenas a dizer que sou a favor da liberdade de informação, e da sua ampla e fácil divulgação. Mas desde que tenha qualidade, claro, conquanto tanta gente há que sabe ler mas não sabe interpretar e seleccionar. Mal esse que dá pelo nome de iliteracia! E o que está aqui realmente em causa é isso, tão importante e fazedor de toda a diferença.
Mas facto, mesmo, é que há já muito que eu andava para criar o meu blog, mas por todos os motivos e mais algum isso ainda não tinha acontecido. Talvez no fundo tenha apenas medo de me tornar fundamental, porque pelo menos importante já sou. Julgo por mim. O primeiro passo para a criação de um espaço desses, como vêem, já dei: consistiu em ser convencido e arrogantezinho, e... bom, isso todos somos quando queremos - basta querermos, lá está.
Até que ponto ter um blog nos alimenta o ego, perguntava-me. Tive mesmo de criar este espaço, nem que mais não fosse para que pudesse descobrir, mas... e se não conservar o meu orgulho próprio - a minha dignidade! - , daqui em diante, como é?... Como vai ser??

sentimento

Felicidade... Existirá realmente? O que é, então, e como reconhecê-la? São estas perguntas para que tenho afinal uma resposta, descobri cá por Lisboa =D.
Existe pois! É o resultado de uma sensação de pertença, paz de espírito e alegria combinadas. Reconhece-la quando te dás conta que estás vivo, com saúde e ora amas ora és amado.
A Felicidade é simples, afinal. Por isso digo que sou feliz, às vezes - não que não o seja continuamente, apenas nem sempre me dou conta disso porque estou a pensar numa outra coisa qualquer. Aparentemente menos importante, percebo agora.
Dedico este pequeno texto a todos os que, como eu, dão mais valor às pequenas grandes coisas da vida. Os únicos, de resto, que acho capazes de poderem sentir-se felizes e, também, perceberem porque o são. Vocês contribuem para a minha felicidade ;)

defesa

Descansemos o senso comum e exercitemos a nossa racionalidade: proponho um momento erudito neste meu blog. Trata-se duma daquelas dúvidas que na verdade não o são... Existe de facto um conceito de elitismo em Portugal?
É claro que sim. Em Lisboa é, até, muito fácil dar com ela(s). Tão certo como os lobbies nomeados por Alberto João Jardim (há já uns bons tempos), que de resto andam por aí à solta...
Será que um facto tão simples como seja este de falar d'uma(s) elite(s) me faz aceitá-la(s), e isso dando já como mais que certo que a(s) haja? Enfim, concordar com a sua existência? É claro que não. Jamais. Mas também... como em tudo na vida há um lado bom e um mau; apreciemos a RTP2, por exemplo, e deixemo-nos de lutar contra a literacia! O canal tem uma programação claramente inadequada para estação pública, já que começa por limitar o seu público a alguns, acabando por só interessar a poucos - os tais literados, se quiserem. Ou antes inteligentes, se preferirem. Talvez por isso eu nunca tenha gostado da maior parte dos programas que integram a grelha do canal - simplesmente não me despertam qualquer tipo de interesse.
Mas o problema aqui é que algo está errado, acho, pois sou a favor de um elitismo exclusivamente pessoal, conforme passo a explicar: acho que é bonita de ver, verificar, esta situação pela perspectiva mais respeitosa que nela consigo encontrar. Falo do aspecto de podermos encarar elite como sinónimo de disparidade, raridade, e nesse sentido reconheço que é, contudo, afinal plausível falar da unicidade de cada um e assim tomá-lo como pertencente à sua elite exlusiva. Parece-me este motivo mais que suficente para que também vós reformulásseis a vossa concepção de elite, pois deveria servir de pretexto para que todos olhássemos para todo o nosso semelhante com olhos realistas, estando portanto a considerá-lo raro, escasso, insubstituível mesmo, do ponto de vista do seu valor humano.
A minha elite é, então, um todo fragmentado, porque único e exclusivo; contudo é também um conjunto que todos abrange, na realidade - a minha elite somos todos nós, os genuinamente humanos. Nem nunca me chegou notícia de haver um único macaco que visse a RTP2.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

normalidade

Caros leitores,
Hoje-em-dia vai sendo normal que todos leiamos blogs, e até mesmo que cada um tenha o seu. Admito que até ao Presente - e apesar de saber o essencial de Informática há já alguns anos - foi um mundo que nunca me despertou especial interesse, ainda que me fascine o facto de todos terem o seu próprio espaço na Internet e lhe poderem dar o fim que bem entenderem, sem terem de prestar contas seja a quem for por essa manifestação de liberdade. Crio então este blog, somente meu, porque há já bastante tempo que queria fazê-lo, mas... diz que só agora se proporcionou.
Resolvi chamar-lhe Segundo Mundo porque é disso mesmo que se trata, a título pessoal; quanto à minha identidade, para já conhecer-me-ão por "2", porque é o meu número e lugar preferido (a par do 7, por acaso). O meu principal interesse com esta actividade é expor pensamentos, interpretações da realidade ou simples ideias que me estejam a ir na cabeça sobre determinado assunto - o que de outro modo talvez nunca viesse chegar a fazer. Não irei escrever nele de forma regular, o que não significa à partida que não contribua regularmente - vamos ver o que reserva o Futuro.
Este meu espaço tem normas; por mim escolhidas, é claro. Assim:
a)obrigo-me desde já a não faltar ao respeito a nenhuma pessoa, bem como a não revelar identidades além de figuras públicas ou outros, sempre que se justifique, sem no entanto jamais expor a minha ou a de pessoas que conheço e com quem convivo com maior ou menor frequência;
b)exigo que todos os que comentem o meu espaço no meu espaço o façam com qualidade - apenas espero que redijam os vossos comentários sem abreviaturas, com acentuação e pontuação, como acho que merece a nossa boa e velha língua portuguesa (em suma, coerência e coesão textual é o que se quer);
c)agradeço às pessoas que venham a descobrir a minha identidade que não a mencionem no espaço de colaboração que lhes está reservado - o ideal seria mesmo não revelarem a sua também -, e quanto a tal resolução digo apenas que não tenho de a justificar... nem tão pouco quero fazê-lo (não excluo, ainda assim, uma alteração profunda desta exigência a médio/longo prazo).
Como qualquer documento-lei na vida real este está sujeito a alterações, sempre que eu tal entenda como necessário.
Grato pela vossa paciência, tempo e eventual futura colaboração. Cumprimentos