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quarta-feira, 8 de julho de 2009

semelhança

Tem-se verificado um crescimento do número de candidaturas independentes às autarquias, como poderás ter reparado já. O que me leva a falar disto aqui é a chegada do fenómeno ao meu município, a linda vila de Marvão.
Em http://www.movimentopormarvao.com/ poderás ver por ti, se te apetecer… e descobrir que, apesar de tudo, em toda a semelhança há uma certa originalidade. Ou não estivéssemos nós a falar justamente de Marvão!...
Eu vi com interesse, curiosidade e vontade, naturalmente, qual munícipe devoto. E é mesmo nessa verdadeiramente imensa qualidade que passo então a opinar: do que vi, creio que as pessoas parecem genuinamente entusiasmadas, pois está ali mais do que um simples site em Flash com ligações a vídeos algo futuristas e artísticos no Youtube mas… isto por si só não basta: parecem-me, igualmente, pouco preparadas para assumir tamanha responsabilidade como o é, afinal, uma gestão autárquica: temos distribuidoras de doces, serralheiros e empregados de mesa a participar na corrida eleitoral, entre outras surpresas. Insuficientes, porque logicamente estas pessoas carecem de preparação, e não me parece tolerável qualquer estágio de iniciação administrativa autárquica, porque ao fim e ao cabo é isso que estará em jogo.
E tal independentemente de que autarquia estejamos a falar; mas talvez principalmente no caso de Marvão, que seguramente precisa de gente tão motivada quanto capaz para levar o concelho a voos mais altos. Voos esses de que injustamente carece, mas que tão justamente merece: mais indústria, mais reconhecimento do património, mais promoção cultural concelhia e melhores acessibilidades viárias são apenas alguns. E para minha infelicidade não é com um Movimento por Marvão que vamos lá, mas com Marvão Em Movimento.
Em todo o caso dou os meus parabéns à iniciativa, e deixo o meu desejo de que todos os marvanenses, entre os quais me incluo com orgulho, cumpram o seu dever de pronunciação nas eleições autárquicas deste Outubro.

2 comentários:

  1. Boa tarde,
    Em primeiro lugar agradeço a visita que fez ao nosso site.

    Depois gostava de comentar sobre a observação que faz às qualificações dos membros do MporM. Em primeiro lugar porque a maioria dos seus membros não tem ainda "bio" inserida no site, depois porque estamos abertos à participação de todos e todas, sem ligar a filiações partidárias, origem social ou outra.

    Nos últimos tempos tem passado pela Câmara Municipal de Marvão tanta gente com formação e Marvão tem continuado a definhar, não é verdade?

    Caro Marvanense,
    Talvez tenha visto o documento "Marcas de Território" a quando da sua visita ao nosso site, mas se por acaso não o fez, lanço-lhe humildemente o desafio para o fazer em:

    http://www.movimentopormarvao.com/PT/images/stories/eventos/apresentacaoPublica/MarcasDeTerritorio.pdf

    Após essa leitura desafio-o a dar a sua opinião e quem sabe a colaborar com o Movimento por Marvão.

    Mais uma vez obrigado pela visita que nos fez.

    Fernando Gomes
    MporM

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  2. Antes de mais apenas o posso elogiar por se interessar pelo seu município, mas não posso deixar de reparar quase um certo preconceito no que se refere a pessoas com profissões que habitualmente não se enquadram na actividade política. O que se impõe como questão é se não se terá precipitado ao julgar pessoas, que fazem parte do movimento, apenas pela sua situação profissional. Quero esclarece-lo de um facto, que se ainda desconhece, mais cedo ou mais tarde virá a descobrir: ter na sua posse um diploma universitário não significa necessariamente o mesmo que ser competente. Frequentar a universidade não significa automaticamente ser bem-formado, empreendedor, dinâmico ou visionário. Estas instituições apenas nos facultam, ou pelo menos deveriam, conhecimentos e ferramentas para um desempenho mais especializado numa determinada área, o que não significa que quem as frequenta os adquire realmente. Aponto-lhe igualmente o facto de desconhecer efectivamente as habilitações destes cidadãos: se consultar as estatísticas ou frequentar hipermercados ou restaurantes pode constatar o incrível número de licenciados a trabalhar nestas áreas, o que pode até não ser o caso, mas antes de julgar é preciso conhecer realmente (se consultar por exemplo a biografia do senhor que lhe deixou o comentário anterior verificará que integra vários organismos e já foi deputado à Assembleia Municipal de Marvão). Por último, aconselho-o vivamente a consultar o programa do referido movimento, nomeadamente “Marcas de Território”: verá que são apresentadas várias propostas interessantes que poderiam mesmo colocar Marvão em Movimento e é uma pena que acredite serem insuficientes apenas por partirem de cidadãos que considera não possuírem a preparação necessária. Quero desde já salientar que não tenho qualquer ligação com este movimento, sendo que Marvão nem é o meu município, é somente uma opinião pessoal perante uma opinião de um jovem que se assume já com tantas ideias pré-concebidas. Há um mundo fora dessa “preparação” toda meu caro, e embora defenda que Portugal necessita urgentemente de uma população qualificada, não poderemos cair no risco de uma mentalidade tão fechada: de uma situação profissional não se pode julgar a qualidade de propostas. Até porque o que não falta são exemplos de indivíduos com preparação até excessiva que pouco ou nada lhes tem interessado o desenvolvimento do seu município, mas antes o recheio dos seus próprios cofres. Uma pessoa que realmente se interesse pelo seu município, seja empreendedor, que conheça a realidade do próprio e as dificuldades com que a população se depara, será com certeza mais competente que outra qualquer pessoa com demasiados conhecimentos técnicos e pouco reais sobre a sua terra.

    Cumprimentos
    Maria

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