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terça-feira, 9 de junho de 2009

demonstração

Creio que o riso é uma das melhores formas para julgarmos, conhecermos uma pessoa. Aliás, muitas vezes está presente no primeiro contacto.
Se pensarmos um pouco, facilmente percebemos que o sorriso, mais até que o riso em si, é como uma impressão digital: não obstante ser único, a sua individualidade não deixa contudo de ser categorizável, isto é: tal como as várias impressões digitais podem ser agrupadas em arcos, verticilos e presilhas (ou curvas), também os sorrisos podem ser desde logo agrupados como genuínos ou forçados, verdadeiros ou falsos, sentidos ou contidos. Curiosamente poder-se-á dizer que a semelhança entre o riso e a impressão digital chega ao ponto de, como as pessoas que sofrem da estranha patologia de Nagali e por isso têm as pontas dos dedos lisas, também haver pessoas que dificilmente se riem, e/ou quando o fazem aparentam fazê-lo de modo invariável, qual conversa em tom monocórdico, não desnudando eventualmente o que lhes vá na alma.
Ontem, como noutros dias da minha vida, ouvi pessoas rirem-se por malícia de algo ou alguém. De mim, possivelmente. E tal leva-me a reflectir: que outra forma há mais adequada, então, para formarmos o nosso juízo sobre o carácter das pessoas com que privamos – ou privámos –, que não o conhecimento das motivações do(s) seu(s) riso(s)? Até porque um problema que não se põe nestes casos é que bem e mal acabam por originar risos reconhecivelmente diferentes.
Desejo a quem ri por mal dos outros que… passe mais tempo a rir de si próprio, porque não raras vezes há em que mais engraçado isso é! =D

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