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domingo, 13 de março de 2011

protesto

Ontem milhares de pessoas juntaram-se em Lisboa a fim de expressem a sua infelicidade ao mundo. Foi um protesto intergeracional, ainda que sendo a iniciativa inicialmente restringida à dita "geração à rasca". Curioso e irreverente.

Eu respeito e compreendo a lógica desta manifestação, mas se não me juntei a ela foi porque sabia de antemão que não veio contribuir para se alterar o que fosse na prática que é como quem diz politicamente. É que por esta altura o caminho está apenas em votar diferente no momento próprio. Desengane-se por isso o nosso recém-empossado PR, que tão irresponsavelmente veio ora apregoar uma magistratura ativa sem concretizar, ora apelar a um sobressalto cívico sem medir a força da expressão (tanto pelo que vale, quanto mais por ser dita por ele).

Sou dos que acham que as coisas foram "deixadas ao Sócrates dará" por demasiado tempo. Mas, mais que isso, compreendamos que o nosso Primeiro já deu provas bastantes de ser autista no que toca a toda e qualquer manifestação, greve, etc.. Enfim: a quaisquer protestos mais ou menos democráticos, mais ou menos organizados, mais ou menos ordeiros. Depois, não podemos ignorar que o país está demasiado comprometido com as suas responsabilidades no projecto europeu para que haja um voltar atrás no que quer que seja que nos últimos tempos se tem vindo fazer associar a "austeridade". Precariedade inclusivé.

Pessoalmente nunca vi na manifestação espontânea, passional e desorganizada, uma arma política real. E mesmo quanto às programadas tenho as minhas dúvidas. Afinal, ambas convergem no que toca ao efeito produzido per si. Se não, repare-se em como manifestarmo-nos é como irmos à missa: somos instrumentalizados e, se muito bem calha, sem que ao menos conheçamos toda a entidade pastoral responsável , desconhecemos as alternativas e colocamos cegamente a nossa esperança numa posterior reacção por ventura e por hipótese, i. é, esperando que sejam atendidas as nossas preces. Ora eu... por estas e por outras é que sou ateu!

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